“Agregação de Valor à Silvicultura na Fronteira Oeste” foi o tema discutido pelos prefeitos integrantes da Associação dos Municípios da Fronteira Oeste (Amfro), em reunião realizada esta semana em Porto Alegre. A palestra foi feita pelo ex-prefeito de Guaíba, Manoel Ernesto Stringhini, que explanou amplamente sobre a indústria de celulose e a demanda do fornecimento de matéria prima, que nos últimos anos cresceu na região fronteira com o plantio de eucaliptos e acácias. Segundo ele, as florestas, no entanto, não suprem 50% da necessidade de matéria prima para a extração de celulose, “até porque não existe outro produto ou cultura para substituição e fabricação de papel”. A indústria, que tem como proprietário, um grupo chileno de acionistas que conseguiu ampliar a fábrica nos últimos anos, implantando nova metodologia de trabalho, combatendo a poluição e o descarte de resíduos no Rio Guaíba.
Durante a reunião duas questões foram debatidas: quem se utiliza das estradas federais, principalmente a BR 290, enfrentará o transporte de madeira, em caminhões bitrem, que terão velocidade reduzida em 80 km/h, que aumentará em uma hora, ou mais, o tempo para se chegar a Porto Alegre. Nas estradas vicinais a preocupação é com a danificação das vias, pontes e bueiros, pois muitos não suportam o trânsito pesado, a exemplo do que ocorreu na estrada do Bom Retiro, que foi destaque na imprensa local, os danos causados impossibilitaram o trânsito de veículos na região.
A segunda questão é que a matéria prima retirada é de alto volume e peso, mas de baixo custo de contribuição ao orçamento do Município. São Gabriel tem 17 mil hectares de eucaliptos. De acordo com o prefeito Roque Montagner existe a necessidade de mobilização dos municípios da região, pois estão nos transformando em “barriga de aluguel”. O prefeito foi firme em suas declarações. Ele disse que as regiões de plantio de eucaliptos são áreas produtivas que antes serviam para pecuária e agricultura e ainda contribuíam para a geração de empregos e combate ao êxodo rural. “Mas foram substituídas por florestas que não produzem sementes que interferem na fauna e sustentabilidade de aves e pássaros. Teremos consequências no futuro”.
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