quinta-feira, 24 de janeiro de 2013

“O EX-PREFEITO QUE ME PERDOE MAS ELE É ESPECIALISTA EM OMITIR INFORMAÇÕES”, AFIRMA ROQUE MONTAGNER


O Cenário de Notícias – Jornal Bom de Ler, pela primeira vez após a posse, realizou entrevista exclusiva com o prefeito Roque Montagner, que se mostrou bastante seguro para esse início de governo. Segundo Montagner, agora é hora de limpar a casa e organizar para que então comecem a ser executadas as propostas que elegeram essa Administração. Acompanhe na íntegra. 


1 - Prefeito Roque, ao assumir o governo municipal qual a real situação encontrada pelo seu governo? O que mais lhe chamou atenção? 

Não houve transição e isso foi muito difícil para nós, a cada dia recebemos uma surpresa. O que mais me chamou atenção foi o alto grau de endividamento do município de São Gabriel junto a fornecedores, junto ao INSS, junto ao IPRESG. Existe também uma dívida muito grande junto ao financiamento BADESUL, lá em Porto Alegre, no valor de R$ 3 milhões. 

2 – Há possibilidade de ter havido um equívoco na interpretação contábil ao ser apresentado o valor total de endividamento no município, como afirmou o ex-prefeito em entrevista às rádios locais? 

O ex-prefeito que me perdoe, mas ele é especialista em omitir informações. Ele teve toda a oportunidade de, junto comigo, conferir os números. A contabilidade do município está aberta e eu acredito que ele não entenda nada de contabilidade, mas está aberta para que ele junto com contador venha aqui na Prefeitura para conferir os números, item por item. Tudo aquilo que nós estamos afirmando tem documentos que comprovam essa dívida, que estava em R$ 32 milhões e hoje já é R$ 35 milhões. 

3 – Têm acontecido ainda muitas reclamações com relação às filas para agendamento de consultas. Existe algum projeto elaborado para mudar essa realidade?

 Eu acredito que com apenas dezoito dias de governo ainda não tenha uma macro-solução, até porque o que foi possível contribuir para atrapalhar o início do nosso governo foi feito, começando pelo excessivo número de médicos que entraram em férias no mês de janeiro e trabalhadores da saúde de todos os níveis, a inexistência de medicação (mais de 50% das medicações da população, medicações especiais, medicações agendadas que eram fornecidas sempre no final do mês), além de apropriação de recursos da farmácia básica em torno de R$ 351 mil. Nós encontramos um caixa zero, e sem crédito nas farmácias locais, com valores acentuados, tem uma farmácia com R$ 102 mil de dívidas e com fornecedores. Isso nos tirou o crédito para uma eventualidade, uma emergência de nos socorrer junto àqueles distribuidores e aquelas farmácias que já estavam habilitadas no certame dos pregões que o município tem por obrigação fazer as suas aquisições. 

4 – Como o senhor pretende realizar a festa de Momo sem recursos? E a festa em homenagem a Iemanjá, que reúne milhares de pessoas (01 de fevereiro)? 

A festa de Iemanjá já é uma festa tradicional e dentro de nossas possibilidades estaremos dando apoio ao evento e prestigiando no dia 01 de fevereiro. A questão da festa de Momo: O Carnaval consta nos eventos oficiais do município. Me perguntaram se aconteceria carnaval mesmo com a dificuldade financeira do município. Eu acho que a população não merece pagar por uma má administração que levou a inviabilizar inclusive até o auxílio de subvenções e outros programas. O Carnaval será realizado como sempre foi e eu acredito que até melhor que o do ano passado, mas sempre com a economicidade. A questão do Rei Momo, sei que ano passado, e nós temos o registro, foi pago um valor muito acentuado. Rei Momo vai participar de uma forma colaborativa.

 5 – Com relação às obras, qual será o seu carro chefe para esse início de governo? 

O carro chefe nesse início de governo, o que podemos fazer é manter a cidade limpa, a trafegabilidade nas estradas e isso já está sendo feito com retro e com patrolas. Temos problemas graves nas estradas do interior do município. São duas pontes interditadas, uma já está sendo providenciada que é uma ponte de madeira e a outra eu acredito que nós vamos ter que pedir socorro para a Guarnição Federal de São Gabriel para a possibilidade de uma ponte provisória, pois o Exército tem condições de fazer isso, mas depende também da autorização do Comandante do 3º Exército, mas já estamos construindo esse entendimento. 

6 – Sei que é cedo, mas o senhor falava em avanço nos projetos sociais. Como está o andamento neste sentido? 

Na segunda-feira nós já tivemos uma visita importante de um grupo de senhoras junto com a Associação dos Cabos e Soldados da Brigada Militar, construindo uma parceria junto ao município para a instalação de uma Associação ou até uma Cooperativa. Estamos estudando a constitucionalidade jurídica desse projeto que trata de um curso de corte e costura onde esses profissionais depois de habilitados terão plenas condições de produzir seus produtos de costuras, confecções de uniformes escolares, produzindo para a comunidade, como mochilas. Com a ajuda do município para uma produção em série, poderá haver o início de uma pequena indústria.

 7 – Com relação à geração de emprego, qual será o seu primeiro passo? 

Estamos desde já construindo entendimento com a nossa sociedade. Geração de emprego tem que começar pelos cursos técnicos profissionalizantes, SENAC e SEBRAE, até Unidades Militares têm condições de profissionalizar os seus inscritos com cursos e, esses jovens ao saírem do Exército poderão se tornar pequenos empresários. Estamos buscando entendimento também com os nossos empresários para ampliar o seu negócio e com isso gerar empregos. Existem outras formas de se criar empregos, mas com o tempo vamos cumprir o nosso programa de governo, salvo algumas limitações. 

8 – Como o senhor avalia o Cenário de Notícias? O que significa o jornal hoje para o senhor? 

Acho que é um veículo de informação que teve um papel fundamental de apoio durante a minha trajetória. Eu acredito que o Cenário vai continuar sendo parceiro do município de São Gabriel. Tivemos outros órgãos de imprensa que também nos deram apoio e eu não posso ser ingrato de não reconhecer.

 9 - Considerações Finais: 

Eu e o Evandro estamos preparados para o difícil. Essa dívida é grande, mas não nos assusta. A coletiva serviu para levar à população, que tem o direito de saber, as condições em que nós recebemos o município. Foi a fim de esclarecer a população do grau de endividamento, até porque com o nosso esforço nós vamos ter que tomar decisões sérias, mas sempre procurando contemplar, beneficiar a nossa comunidade.Prefeito Roque afirma que a contabilidade do município está aberta para que o ex-prefeito confira junto com um contador item por item dos números apresentados de endividamento

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