Mesmo com o calor de mais de 37 graus, centenas de pessoas estiveram no Cemitério da Irmandade Santa Casa de Caridade, para prestar suas homenagens aos familiares já falecidos. Na frente do cemitério, um comércio informal de flores artificiais, coroas, arranjos florais e outras decorações, para os visitantes que quisessem render homenagens especiais aos seus entes queridos.Pessoas de todas as crenças religiosas estiveram no local, algumas famílias passaram a tarde perto das tumbas de seus familiares falecidos. Outros aproveitaram a ocasião para externar sua devoção a mortos que a tradição histórica transformou em santos populares. Um dos túmulos mais freqüentados foi a da uruguaia Maria Isabel Hornos, “a Guapa”, que impactou a pacata São Gabriel nos anos 20 do século passado, e que morreu em 3 de março de 1924, com um tiro pelas costas. O crime não-esclarecido a transformou numa espécie de santa popular, com centenas de pessoas que todos os anos depositam flores em seu túmulo ou instalam placas de bronze, agradecendo por presumidas graças alcançadas. O culto à Guapa foi instituído pela devota Modestina da Silva Dux, e já perdura há mais de oitenta anos.Outro túmulo bastante visitado foi o do ex-prefeito municipal Eglon Meyer Corrêa, falecido em 7 de setembro de 2004, muito freqüentado por admiradores da trajetória do ex-prefeito e médico humanitário. O provedor da Irmandade Santa Casa de Caridade, Roque Montagner, esteve no cemitério durante todo o dia de Finados, conversando com os freqüentadores e apresentando as melhorias feitas no local para a maior comodidade dos visitantes e respeito aos restos mortais ali depositados.