segunda-feira, 23 de setembro de 2013

DE BRASÍLIA - Por Nilo Dias – Jornalista

O 20 de setembro

Eu nunca fui um tradicionalista na verdadeira acepção da palavra, mas respeito todos que gostam e participam do movimento. Aprecio muito a música gaúcha e leio tudo que me cai pela frente sobre fatos relevantes da nossa história, como a revolução federalista de 1893, o conflito armado de 1923 e a Guerra dos Farrapos. Também gosto muito de um churrasco gordo, principalmente de ovelha e dos concursos de culinária. Mas confesso que outras manifestações ditas culturais, não me chamam a atenção, como por exemplo os rodeios, onde quer queiram, quer não queiram, os animais são submetidos a verdadeiras sessões de torturas.
Embora, quando na atividade profissional eu tenha feito várias coberturas dos desfiles de 20 de setembro, tanto pela Rádio São Gabriel quanto pela Rádio Batovi,  e também em Rio Grande e Pelotas, eles nunca me agradaram. Não pelo espetáculo imponente visto pelas ruas, com cavalos bonitos e gaúchos bem vestidos e um público assistente vibrante. Mas por algumas coisas que envolvem esses desfiles, principalmente antes e algumas vezes também depois, em que grupos de pessoas que nada tem a ver com a vida de campo, em
atos exibicionistas promovem algazarras movidos por bebidas alcoólicas e “pintando” de verde nossas ruas e avenidas.
Tenho consciência que o movimento tradicionalista em nossa cidade é muito valorizado. Pelo que fiquei sabendo cerca de 5 mil cavalarianos participaram do desfile de 20 de setembro, representando 17 entidades tradicionalistas. Sem dúvida um número fantástico, que coloca São Gabriel entre as cidades que mais se destacam nesses eventos, em todo o Estado. Embora minha visão disso continue valendo, parabenizo todos os que gostam, pelo êxito das festividades.

O fim das carroças

Já está em pleno vigor em Porto Alegre a lei que tira às carroças das ruas. E ela chega com muitos anos de atraso. Não é mais possível que animais, muitas vezes fracos e mal alimentados, se vejam obrigados a carregar pesos que ultrapassam suas próprias forças. Por enquanto a lei atinge o centro da cidade, mas até 2015 nenhuma carroça deverá mais transitar pelas ruas da capital, o que, sem dúvida, é uma medida alvissareira, que merece todos os elogios.
Para que os carroceiros não tenham problemas de renda, a prefeitura de Porto Alegre, além de indenizações, providenciou na implantação de um programa que vai beneficiar famílias de carroceiros, catadores, carrinheiros e demais pessoas que trabalham em unidades de triagem. E ainda serão oferecidos cursos de qualificação, em que os participantes receberão bolsas de um salário mínimo por mês.
Um programa de retirada de carroças das ruas, bem que igualmente poderia ser aplicado em São Gabriel, onde é comum vermos esses veículos carregados, especialmente, de areia até a boca, exigindo terríveis sacrifícios dos animais. O pior, é que alguns carroceiros, não respeitando quem lhes garante o pão de cada dia, ainda insistem em usar relhos e outros meios violentos. Qual o vereador (a) que teria coragem de apresentar projeto nesse sentido, sem pensar na possível perda de votos? Eu espero ver um dia as carroças terem o mesmo destino das carretas, se tornarem peças de museus. (E-mails: nilodt@hotmail.com, nilodias@ibest.com.br e nilogaucho@folha.com.br)

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