quinta-feira, 28 de abril de 2011

Começa a colheita de arroz agroecológico em São Gabriel e região



O plantio de arroz ecológico que envolve assentados de São Gabriel, Santa Margarida do Sul e São Francisco de Assis. “Reforma agrária não se faz só com distribuição de terra, mas também com apoio à produção. O cultivo agroecológico demonstra o compromisso em produzir alimentos saudáveis”, afirmou o superintendente do Incra/RS, Roberto Ramos, durante a cerimônia de abertura da colheita.
Na região de São Gabriel, a iniciativa atraiu 58 famílias, que cultivam 148 hectares da lavoura nos assentamentos Conquista do Caiboaté, Itaguaçu, Madre Terra e Novo Horizonte. Junto com um grupo de São Francisco de Assis, em 2010, esses núcleos receberam investimento do Incra de R$ 280 mil em preparo do solo, estrutura de irrigação, drenagem e plantio.
Para Joecir Pimentel Reimundo, 21 anos, assentado com os pais no Conquista do Caiboaté, a lavoura orgânica é muito mais rentável que a convencional. “Os custos de produção são mais baixos porque o controle de pragas, por exemplo, é feito manualmente, através do manejo da água”, explica ele que trabalha com orizicultura desde os 15 anos. Reimundo e cinco famílias vizinhas cultivam uma área de 6,8 hectares de arroz.
A produtividade está entre 70 e 140 sacas por hectare, conforme a fertilidade do solo e época de semeadura. Quem produz menos, consegue lucro de R$ 1,3 mil em cada unidade de área. “Vale a pena porque a Conab garante o preço”, atesta o engenheiro agrônomo André Kieling, que acompanha os assentados pelo programa de assistência técnica do Incra.
Aljaci Leojane Britto em seu pronunciamento, disse da importância do desenvolvimento da reforma agrária no município trazendo como reflexo, movimento no comércio local e crescimento na geração de emprego e renda.
Este ano, a produção será vendida ao Programa de Formação de Estoques da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), por meio da Cooperativa dos Trabalhadores Assentados de Porto Alegre (Cootap). Nas próximas safras, os agricultores planejam reformar um silo localizado no assentamento Madre Terra para ter sua própria estrutura de armazenagem. Eles também se organizam para obter a certificação de produto orgânico, o que valoriza os grãos em cerca de 30%.
Na quarta-feira (20), foi realizado um dia de campo com o tema “Lavoura de arroz orgânico” no assentamento Conquista do Caiboaté. A capacitação é promovida pelo convênio Incra-Fapeg-Embrapa, que presta assistência técnica especializada às famílias. Os assentados trocarão experiências com o objetivo de aprimorar o plantio para a próxima safra.
Este ano, o arroz será vendido ao Programa de Formação de Estoques da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), por meio da Cooperativa dos Trabalhadores Assentados de Porto Alegre (Cootap). Nas próximas safras, os agricultores planejam reformar um silo localizado no assentamento Madre Terra para ter sua própria estrutura de armazenagem. Eles também se organizam para obter a certificação de produto orgânico, o que valoriza os grãos em cerca de 30%.
Pioneiro
Ivandro Pacheco, do assentamento Novo Horizonte II, em Santa Margarida, foi um dos primeiros beneficiários da reforma agrária na região de São Gabriel a aderir à orizicultura ecológica. Natural de Chapecó (SC), o agricultor cresceu em meio a lavouras de terreno seco como milho e feijão. “Conhecia arroz só no prato”, conta.
Enquanto ainda vivia como acampado, em Sarandi, ele conheceu a experiência de arroz agroecológico dos grupos da região metropolitana e levou a idéia para Santa Margarida do Sul. O lote de Pacheco possui 85% de várzea, o terreno apropriado para orizicultura. “Esse ambiente propicia arroz irrigado ou pastagem”, explica Pacheco usando os termos aprendidos com a assistência técnica.
Com apoio do Convênio Incra-Fapeg-Embrapa (Confie), em 2009, Pacheco implantou a primeira “lavoura escola” do assentamento, com pouco mais de um hectare e a sociedade de apenas um vizinho. Hoje são 35 famílias produzindo arroz no assentamento, 15 delas dedicadas ao cultivo orgânico em 43 hectares. Mas a perspectiva é aumentar a lavoura. A cada ano, novas famílias se interessam pela cultura. Na safra seguinte dois hectares estão reservados para semente, o que fecha o ciclo de produção dentro do próprio assentamento.



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