quarta-feira, 11 de agosto de 2010

Daury Bonilha - Coluna publicada no Cenário de Notícias

VEM POR AÍ, CAÇADA NOVAMENTE

Assistimos no dia 05 último, mais um debate na TV (BAND) entre os candidatos majoritários à Presidência da República. Embora não tivéssemos assistido todo o debate, nada de surpresa vimos pois, pelo que se pode ver, e até mesmo pelo que já era esperado; tudo deve ter sido arranjado de modo a dar impressão de que havia diferenças nas propostas apresentadas. Os protagonistas como sempre, nada de inovador e sério ou importante tem para propor. O papo é sempre o mesmo... “vou fazer isso, vou fazer aquilo” porém, afinal tudo são balelas pois, todos convergem para o caminho da manutenção dessa arcaica e anacrônica conjuntura política-administrativa brutal e desumana, efetiva sob a orientação evidentemente, de um reduzido grupo econômico que, em última análise é quem manda no País!
No entanto, entre os candidatos que debateram, o único que colocou-se um pouco na verticalidade com suas propostas foi Plínio de Arruda Sampaio, mas, sua atuação foi evidentemente prejudicada, porque deram preferência aos dois candidatos mais cotados com a mídia que, evidentemente prepara o terreno para aqueles que submetem-se ao capital macro-econômico de rapina. No referido caso, à Dilma e o Serra. Até porque são “farinha do mesmo saco”!
Entretanto, não se viu nenhuma proposta decente na qual se possa acreditar, que trouxesse no seu conteúdo, mudanças nesse estado de coisas que está aí.
A miopia dos partidos majoritários (miopia por conveniências espúria, é claro), continua ante o enriquecimento absurdo, de poucas pessoas, enquanto os desprotegidos – a base demográfica do País – que são milhões, continuarão sendo, desavergonhadamente massa de manobra de políticos inescrupulosos, sendo-os, usados para ingenuamente dizerem amém à esse processo enganador, de democracia representativa, unilateral, cujo objetivo é perpetuar esse modelo social incongruente nem que para isso tenham que continuar com a saúde sucateada, a educação, segurança e transporte, idem... nem que seja também, construindo mais e mais cadeias, já sabendo que a conseqüência desse modelo como já disse, é encher as prisões, as penitenciárias, com a escória humana “fabricada” por esse modelo de sociedade desalmada e conseqüentemente fadada à um fim trágico!
É importante que os cidadãos se dêem conta de que o atual sistema, ou no atual sistema, o eleitor só é chamado (iludido) à votar, porém sem nenhum retorno. A única liberdade que o eleitor tem é de poder escolher um nome de candidato, mas sabendo que esse candidato (como os demais) estão comprometidos, não com o povo, mas com o partido, mórmente com o dono do partido ao qual ele pertence, e este, pelas regras do “jogo” tem o compromisso de manter essa estrutura tal como está, ou seja: fomentar cada vez mais a disparidade social, enriquecendo poucos enquanto milhões se tornam verdadeiros párias, vivendo ou sobrevivendo de miragens!
Por essas razões, cada vez mais convicto, volto a repetir: a democracia legítima, verdadeira, tem que ser como ela nasceu: direta, e mais ainda, interativa e participativa. De modo que o cidadão possa escolher desde as bases, os seus representantes, elegendo-os em todas as instâncias democrática. De maneiras que quem escolheria (ou escolherá) os candidatos, jamais seria os donos de partidos como atualmente acontece, mas sim, as comunidades livremente organizadas.
Seria portanto um processo de democracia plena, legitimada pelo desejo, pela vontade e convicção democrática do povo, pelo qual ter-se-ia que redimensionar o sistema eletivo, fazendo com que o candidato tenha conseqüentemente legitimidade e liberdade para atuar no parlamento.
Tem alguém que queira discutir isso conosco? Será que tem?
Quero portanto, dessa forma, colaborar ou contribuir inusitadamente para a ressurreição da democracia que, há mais de dois mil anos foi sacrificada!

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