sexta-feira, 18 de fevereiro de 2011

“Esse grupo está se fortalecendo a cada reunião”, se referindo ao Grupo Estratégico Por Uma Nova São Gabriel

O Cenário de Notícias - Jornal Bom de Ler, traz nessa semana uma entrevista exclusiva com o advogado e político, Valdemir de Andrade Tita Jobim. Tita Jobim como é conhecido, diz em uma conversa com a equipe Cenário, que ainda continua sonhando com o desenvolvimento da cidade. Ele também comenta que está participando do Grupo Estratégico Por Um Nova São Gabriel, aonde são feitas reuniões mensais visando a organização de projetos para o bem da comunidade gabrielense. Tita diz que não é candidato à prefeito em 2012, mas garante que estará no palanque da mudança. Confira na íntegra a entrevista.

1 – Tita Jobim, nome conhecido no cenário político tendo participado de eleições expressivas no município como candidato, tanto a majoritária quanto na proporcional e também como deputado. Como o senhor enxerga o cenário político local, como PMDBista, para 2012? O PMDB tem se reunido nesse sentido e pensado as eleições 2012?
Embora eu esteja afastado da presidência do partido, oficialmente, desde março de 2010 tenho acompanhado algumas incursões do partido que tem feito reuniões a nível de companheiros da Executiva e alguns do Diretório. Acredito que o PMDB esteja se mobilizando. Pelo que tenho conversado com o presidente em exercício, companheiro Aderson Vargas, o partido está em trabalho de adesão de novas filiações visando justamente o período de 2012.

2 – Mais de dois anos se passaram do pleito municipal. De lá pra cá, a comunidade notou um distanciamento de Tita Jobim da política. O que levou o senhor a desaparecer desse cenário?
Na verdade eu milito na política desde os 17 anos, quando me filiei no MDB e depois, quando houve a reformulação partidária, onde as siglas ganharam “P”, para definir os partidos políticos, acabei mantendo a minha filiação no PMDB. Portanto, até agora só tive uma filiação, no MDB antigo e, hoje, no PMDB, sendo filiado há mais de 30 anos.
Concorri a vereador em 1988, ainda jovem e depois me afastei um pouco da política justamente para concluir a faculdade. Em 2001, me reintegrei ao partido e nós, como filiados e militantes, resolvemos assumir a direção do partido em 2002. De lá pra cá, construímos uma forma de mostrar para a população que pode ter novas lideranças em São Gabriel, com o propósito diferente de tudo que a cidade viu nos últimos 30 anos. Tentamos viabilizar uma candidatura política em 2004, quando concorri a Prefeitura. Lamentavelmente, a votação naquela ocasião ficou muito aquém do que nós imaginávamos. Isso, para quem tem um projeto, evidentemente, que cria um certo desconforto. Mas mesmo assim nós continuamos trabalhando e a partir dali o objetivo era fortalecer o partido em nível regional, ficamos durante dois anos para conquistar a Regional do partido e conquistamos. Em 2006 nasceu a minha candidatura a deputado federal, mesmo sabendo que tínhamos remotas possibilidades, fizemos uma campanha simples, modesta e quase que de última hora. Nós só conseguimos recursos e viabilizar uma candidatura faltando 28 dias para a eleição. Mesmo assim nós conseguimos em São Gabriel uma votação extraordinária, foram quase 7.000 (sete mil) votos em 20 dias de campanha. Foi uma campanha paupérrima que viabilizou um trabalho bonito, a gente fez uma pregação muito boa durante a campanha. Depois veio a eleição de 2008, nós tínhamos formalizado uma aliança com o Partido dos Trabalhadores (PT), visando apresentar uma chapa majoritária na candidatura a prefeito e vice e também fazer uma coligação na proporcional para que pudéssemos eleger vereadores. Lamentavelmente não conseguimos levar a frente isso, houve, por bem, as duas direções dos dois partidos, naquele momento não apresentarem candidatura própria. Acabamos fazendo uma coligação, mas mantivemos a coligação nossa, na proporcional. Isso viabilizou com que somados aos votos do PMDB e do PT, que estavam coligados na proporcional, conquistássemos uma cadeira na Câmara de Vereadores. Mas, lamentavelmente, houve uma impugnação da coligação e o Judiciário manteve essa impugnação, fazendo com que não conseguíssemos manter essa cadeira no Legislativo. Essa questão toda acaba desestimulando um pouco a militância partidária, a participação da gente. Eu tinha assumido um compromisso familiar de que, se caso eu não lograsse êxito na campanha de 2008, repensaria a minha atuação política. E assim eu fiz, até agora. Então, me desliguei da presidência do partido, ainda que tenha sido eleito no final do anos de 2009, na nossa convenção municipal, me licenciei da presidência em março de 2010, estando afastado há quase um ano. Fiquei atuando somente no meu escritório profissional, como advogado, e na minha categoria junto ao Sindicato dos Comerciários. Continuo trabalhando normalmente acompanhando a política com uma certa distância, assim como a participação no Conselho Municipal da Saúde, que também eu tenho, não digo assim mágoa, mas tenho um grande descontentamento porque se fez um trabalho por mais de 15 anos, tentando dar notoriedade ao Conselho, mostrar à comunidade de São Gabriel o quanto é importante a participação do Conselho Municipal de Saúde. Eu e alguns companheiros, entre eles o companheiro Renato Correia, que não está mais em São Gabriel, foi para a cidade de Uruguaiana, o companheiro Napoleão Langendorf, que também não está mais em São Gabriel, e alguns outros companheiros, empreendemos um movimento junto ao Conselho Municipal de Saúde para reformularmos o regimento interno e em função disso ampliarmos a participação popular no Conselho. Dentro disso as Associações de Moradores de bairros e vilas tinham apenas uma participação no Conselho de Saúde, tinham apenas um representante, nós conseguimos viramos isso para três representantes. O movimento popular, o povo teve mais participação no Conselho Municipal de Saúde. Mas lamentavelmente isso não nos rendeu bons frutos porque alguns conselheiros, representantes das Associações de Bairros e Vilas, acabavam votando com o governo nas questões que interessavam inclusive aos usuários, que somos nós, o povo. Essa questão toda vai gerando um descontentamento, um desestímulo à participação. Então eu optei por fazer uma retirada estratégica durante um ano, acompanhar os acontecimentos e ver o que vai acontecer na nossa cidade, ver se a cidade está conquistando o seu espaço, acompanhar o que está acontecendo no mundo, no Brasil nos últimos 10 anos, pode-se dizer assim, e o que está acontecendo agora no Estado e em vários municípios aqui, vizinhos ao nosso.
A gente houve dizer que em São Gabriel nós temos a melhor saúde do mundo, isso é válido, positivo e verdadeiro para as pessoas que não saem de São Gabriel. Quem vai, por exemplo, aqui a Rosário do Sul vê que lamentavelmente o atendimento, em termos de saúde, é muito melhor que o nosso. Os moradores de São Gabriel têm que ficar atentos para isso, justamente, para que possamos avançar e conquistar mais espaço dentro daquilo que precisamos.

3 – Comenta-se também que Tita Jobim começa a se integrar novamente na política, participando de um grupo que quer Uma Nova São Gabriel. Como é sua participação nesse grupo? O senhor acredita numa mudança em 2012?
Muito embora esse meu afastamento, esse retiro para repensar as coisas, de um ano ou dois, eu tenho acompanhado a movimentação política e popular na cidade e, sempre que sou convidado, eu participo e dou a minha opinião, troco alguma experiência com alguns companheiros. Fui convidado para integrar o grupo que se reúne uma vez por mês e senti muita positividade, senti um desprendimento de todos que estão participando, gostei muito, me integrei, já participei de duas reuniões e vejo que esse grupo é promissor. Acredito que vai atingir os objetivos, desde que siga com a meta, com as posições que tem tomado até agora. Esse grupo está se fortalecendo a cada reunião, as pessoas estão gostando e eu vejo que eles vão fazer a diferença nas próximas eleições, se continuarem agindo como estão, acredito positivamente nisso.

4 – Na qualidade de prefeiturável e participante do Grupo Estratégico Por Uma Nova São Gabriel, que postura o senhor pretende tomar em relação a composição de uma chapa no pleito de 2012? O PMDB se sentiria a vontade participando de uma composição sem constar na majoritária?
Eu não me considero prefeiturável. Tenho dito aos companheiros do meu partido, ao próprio presidente em exercício, companheiro Aderson, que eu não pretendo concorrer a cargo eletivo mais. Isso é uma questão que tem sido muito discutida e muito debatida. Com esse propósito é que eu comecei a participar do grupo e desde a minha primeira fala em relação a participar e a colocar o meu nome à disposição como candidato deixei bem claro que estou lá para me somar aos que querem ajudar, e não pretendo concorrer a cargo eletivo e sim ajudar. Com esse propósito é que estou participando e essa questão do PMDB, em nível municipal em 2012, depende muito da instância partidária. Eu tenho conversado com o presidente do partido e com alguns companheiros da Executiva e do Diretório, vejo que o pessoal está bastante motivado. O partido pode-se dizer assim, vai se fortalecer muito nos próximos dias. Há um número bem considerável de novos filiados, de possíveis candidatos a vereadores que estão se integrando ao partido. O partido tem independência em relação aos dois governos que sucederam no município. São poucos partidos que podem dizer que tem independência, e eu vejo que o PMDB é um desses poucos. Não participamos das administrações dos últimos governos. Não temos compromissos nem com um lado, nem com outro. Se convidado for para as reuniões do partido vou lutar para que mantenhamos essa independência, na minha visão o partido deve empreender forças, se reunir para construir uma nova alternativa para São Gabriel, a minha posição como filiado, é essa.

5 – Qual a sua avaliação a respeito da administração de Rossano Gonçalves?
Eu acho que dentro do propósito a que veio, muito embora as pessoas tenham acreditado e apostado, mais uma vez não conseguiu colocar em prática o que estava escrito no Programa do Partido na Campanha Eleitoral. Algumas coisas que foram ditas se sabe que é muito difícil fazer. A gente observa um certo descontentamento em geral, mas como eu disse, eu não tenho participação em política, estou mantendo um certo distanciamento da questão política. O que eu tenho observado são várias reclamações em todos os segmentos, então, em função disso acredito que o povo terá o momento certo de avaliar a campanha. Quem tem que avaliar se o governo foi bom ou não é o eleitor, no momento certo, que é durante a eleição. O que está acontecendo hoje é que os partidos estão se organizando, fortalecendo as suas nominatas e criando espaço. Esses espaços viabilizam justamente uma composição para a eleição de 2012. Acredito, pelo que eu vejo, sinto e ouço, que a população de São Gabriel, principalmente os eleitores que votaram na atual administração, esperavam mais. Mas, cada um acredita naquilo que quer acreditar, o papel aceita tudo e muitas vezes o que está escrito no Programa de Governo não é levado à efeito. O povo tem que avaliar, se foi bom ou se foi ruim, e dar a resposta na urna. É assim que eu espero!

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Deixe seu comentário, mas se identifique.