A safra de grãos das
culturas de verão deve ser a maior da história do Rio Grande do Sul, com 27,6
milhões de toneladas colhidas, um aumento de 2,82% em relação ao ano anterior,
prevê a Emater-RS/Ascar. Os dados foram divulgados nesta segunda-feira (1) no
Parque de Exposições Assis Brasil, em Esteio, durante a 37ª Expointer, que segue
até o próximo domingo (7).
Conforme o secretário
de Agricultura, Pecuária e Agronegócio do Rio Grande do Sul, Cláudio Fioreze, a
estimativa é de uma nova supersafra, superando a produção de 2013/2014 - a maior
safra da história, com 26,8 milhões de toneladas. “Estamos considerando apenas
as culturas de soja, arroz, feijão e milho, e esperamos uma grande safra, pois
temos todas as condições para isso. No que toca ao Governo do Estado, estamos
disponibilizando crédito para todas as culturas, capacitação e assistência
técnica aos produtores. E quando reunimos boas condições climáticas, o trabalho
dos nossos agricultores e a assistência dos órgãos públicos, não tem como dar
errado”, comemora Fioreze.
Entre os itens
apontados como determinantes para a projeção da supersafra, estão o acesso ao
crédito, investimentos em tecnologia, preços dos produtos aquecidos e boas
condições climáticas. O número representa a injeção de R$ 21,8 bilhões na
economia gaúcha, segundo a Emater-RS. O montante refere-se às culturas de soja,
milho, arroz e feijão. Ainda segundo a instituição, em um período de 10 anos a
produção de grãos da cultura de verão praticamente dobrou, passando de 15
milhões de toneladas para mais de 27 milhões. “Este é um trabalho de Estado,
estamos capacitando e formando diversos produtores nestes últimos anos no
intuito de fortalecer o agronegócio e a agricultura familiar nas pequenas
propriedades. Estamos comprovando ano após ano que as pequenas propriedades
também podem produzir competitividade, garantindo renda e trabalho para milhares
de famílias”, lembrou o presidente da Emater/RS, Lino De David.
Volta ao
campo
Esse crescimento também
está ligado às novas tecnologias e ao aumento da área cultivada em mais 1,49%,
chegando aos 7,187 milhões de hectares cultivados. “A agricultura e o
agronegócio são muito importantes para a economia gaúcha; somados, representam
algo em torno de 70% do PIB do Estado. Cabe ressaltar o aumento da participação
da agricultura familiar neste processo, através da diversificação das culturas,
e não apenas com grãos. Estamos invertendo uma curva que seria nefasta para
nossa economia, pois muitas propriedades não tinham mais descendentes para tocar
a agricultura e a pecuária nessas terras. Como, com o auxílio do Governo do
Estado, a pequena agricultura voltou a ser rentável, estamos conseguindo manter
as famílias no campo”, acrescentou o secretário de Desenvolvimento Rural, Pesca
e Cooperativismo, Elton Scapini.
Estimativa por
cultura:
Arroz: mesmo com os
altos estoques e algumas dificuldades de comercialização na safra anterior, os
preços estabilizados acabaram sendo um estímulo para os produtores, que
aumentaram a área cultivada em 1,98% para esta safra. Como não existem problemas
com as barragens, garantindo a irrigação, a produtividade deve ser máxima em
2014/2015.
Feijão: nem mesmo o
valor expressivo do produto nos últimos anos conseguiu diminuir a área
cultivada, que vem diminuindo ano após ano, sendo substituída por outras
culturas. A projeção dá conta de um encolhimento de 5,24% na área de produção
para 2014/2015.
Milho: outra cultura
que sofre com a substituição de suas áreas de cultivo pela soja por conta da
rentabilidade dos produtos. A diminuição da área cultivada deve ficar em torno
de 5,74% em relação ao ano anterior.
Soja: Com preços em
alta e uma demanda aquecida, os números parecem apenas confirmar o que já era
esperado por todos, com a soja sendo a cultura com maior ampliação de sua área
cultivada, mais 2,83%, com uma ocupação de 141 mil hectares a mais nesta safra
2014/2015. Conforme os dados da Emater, a soja está “roubando” áreas que antes
eram destinadas a pecuária e até mesmo para o cultivo de arroz, em áreas onde o
plantio de soja não eram tradicionais, como a Região Sul, a Campanha e a
Fronteira Oeste.
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