segunda-feira, 19 de agosto de 2013

DE BRASÍLIA - Por Nilo Dias – Jornalista

Memória valorizada

Gostei da proposição do vereador Caio Rocha de sugerir a Santa Casa que coloque o nome de Monsenhor Henrique Rech, ao Cemitério Municipal de São Gabriel. O vereador quer valorizar a memória de pessoas que foram importantes na história de nossa cidade.
Eu acho que muitas ruas também poderiam ter o nome de personalidades que serviram a cidade. Por exemplo, a rua Rivera, próxima ao antigo pátio da Rede Ferroviária Federal poderia se chamar de Antônio Sacoll, em homenagem a um grande empresário que prestou relevantes serviços a São Gabriel. Certamente nenhum riverense iria reclamar da mudança. Saccol, com sua “Casa das Baterias” morou muitos anos próximo a rua Rivera.
E o próprio prédio da Câmara Municipal, em vez de “Centenário”, poderia se chamar de Carlos Alberto Moreira. Tenho certeza de que ninguém seria contra. Moreira foi o primeiro cego no Brasil a presidir um legislativo municipal.

E não foi só isso, sua atuação como vereador foi marcante, sempre preocupado com questões sociais. E muitas outras ruas e prédios esperam por melhores denominações. Já escrevi aqui em outra oportunidade que São Gabriel esqueceu os heróis farroupilhas. Proponho ao vereador Caio Rocha, que também procure corrigir tamanha injustiça. 

Justiça dá mau exemplo

A gente sempre espera que a Justiça tenha um papel preponderante para corrigir as falhas existentes em nosso país. O Superior Tribunal de Justiça (STJ), por exemplo, é formado por 33 ministros. É chamado de “Tribunal da Cidadania”, não sei porque.
Por curiosidade cito algumas curiosidades a respeito do STJ. Ele tem 160 veículos, dos quais 112 são automóveis e os restantes 48 são vans, furgões e ônibus. Tem 2.741 funcionários efetivos 1.018 terceirizados. A soma é de 3.759, o que dá uma média de uma centena de trabalhadores por ministro.
Dinheiro sobra no Tribunal, mas não garante uma aceleração nos processos, que levam anos para serem julgados. Em 2010, o orçamento do STJ foi de R$ 940 milhões. Em comunicação e divulgação institucional gastaram R$ 11 milhões. Em assistência médica R$ 47 milhões e outros 45 milhões em auxílio-alimentação.
Pasmem, em compra de água mineral o dinheiro gasto somou R$ 170 mil. E na reforma de uma cozinha R$ 114 mil. Na compra de vacinas o STJ consumiu R$ 225 mil. À conservação dos jardins abocanhou R$ 285 mil. Os salários são altos demais, é difícil achar quem ganhe menos de 5 mil reais.
Pior é o que ganham os ministros. Em março do ano passado um deles recebeu 169 mil reais. Outros dois embolsaram quase o triplo: um R$ 404 mil e outro R$ 435 mil. Este último, somando o salário e as vantagens pessoais levou quase meio milhão de reais em apenas um mês.
O STJ já deu outros péssimos exemplos. Em 2010, o ministro Paulo Medina, acusado de vender sentenças judiciais foi condenado pelo CNJ. Imaginou-se que seria preso, mas a sua pena foi uma aposentadoria compulsória, com ganho mensal de R$ 25 mil. E durma-se com um barulho desses. (E-mails: nilodt@hotmail.com, nilodias@ibest.com.br e nilogaucho@folha.com.br)

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