Na segunda-feira (23) a Brigada Militar interditou as estradas que dão acesso à Fazenda Santa Verônica, localizada em Santa Margarida do Sul, na fronteira Oeste, a qual está ocupada por integrantes do Movimento de Trabalhadores Rurais Sem Terra há cerca de duas semanas.
O grupo de trabalhadores composto por cerca de quarenta integrantes quer a desapropriação da fazenda, de 950 hectares, para assentamento. No entanto, apesar da decisão judicial para desocupar a terra mesmo sem prazo determinado, o MST permanece no local.
Segundo a Brigada Militar, não houve confronto durante as manifestações e apropriação, mas na segunda-feira havia uma barreira a cerca de 800 metros da propriedade para monitorar a situação e ninguém podia sair da fazenda até que o grupo desocupasse a área invadida.
Os acampados ocupam as proximidades da sede, onde parte está arrendada para plantadores de soja. De acordo com o MST, a fazenda está em processo de desocupação para assentamento, mas não faz parte do acordo. O líder João Onofre afirma que as famílias que estão na localidade chegaram para tomar posse dos lotes. Uma área em São Borja também faz parte da cobrança dos acampados pelos pontos acordados em 2011.
Líderes do Movimento alegam que o Ministério Público tem trabalhado contra a permanência dos trabalhadores em São Gabriel, visto que o setor de educação aos jovens é muito precário. Os trabalhadores já assentados no município não possuem transporte escolar e enfrentam a precariedade de espaço nas escolas.
Os trabalhadores alegam que continuarão acampados na área ocupada, aguardando uma decisão judicial, mas agindo com muito respeito, de maneira que não prejudique o andamento normal do município pois, segundo eles, aquela área já está destinada para esse fim. Eles somente se adiantaram com a apropriação dos lotes.
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