Alexandre Curto dos Santos é o policial militar que admitiu ter sido o autor do tiro que matou o sem-terra Elton Brum da Silva, 44 anos, em 21 de agosto, em São Gabriel, na Campanha. A Brigada Militar não confirma oficialmente o nome. Hoje à tarde, Alexandre Abel, um dos advogados do policial, deverá revelar fatos novos a respeito do episódio.Soldado do Pelotão de Operações Especiais do 6° RPMon, de Bagé, ele tem o nome mantido em sigilo pela Brigada Militar (BM), Polícia Civil e Ministério Público (MP) desde a morte, ocorrida durante operação de despejo do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) por tropas da BM da Fazenda Southall. Na manhã de hoje, Zero Hora e Rádio Gaúcha localizaram o paradeiro de Alexandre. Questionado se gostaria de dar a sua versão sobre o que aconteceu, ele respondeu o seguinte: — Por determinação do comando, não posso falar. Alexandre está em Porto Alegre sob a proteção da Associação dos Cabos e Soldados da BM. Segundo o presidente da associação, Leonel Lucas Lima, o estado emocional dele é muito critico e ele está recebendo tratamento psicológico. A blindagem ao redor do nome de Alexandre foi feita sob a alegação de que o sigilo o protegeria de uma possível retaliação do MST. A sede da investigação é São Gabriel, onde o trabalho está sendo feito em uma parceria entre o MPE, a Corregedoria-Geral da BM e a Polícia Civil. As investigações foram concluídas e nos próximos dias o delegado Laurence Teixeira deverá entregar o relatório do seu inquérito à Justiça, provavelmente indiciando Alexandre por homicídio doloso (com intenção de matar). O corregedor-geral da BM, coronel Paulo Rogério Machado Porto, deverá entregar o seu relatório na segunda-feira ao comandante-geral da corporação, coronel João Carlos Trindade Lopes.
Por: Carlos Wagner e Cid Martins /Zero Hora
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