A ocorrência de chuvas bem
distribuídas e a elevação das temperaturas em muitos municípios do Estado
favoreceram o desenvolvimento das pastagens nativas, que naturalmente estão
perdendo qualidade e quantidade de forragem. Por outro lado, as pastagens
cultivadas de inverno estão em pleno desenvolvimento vegetativo, principalmente
de aveia, azevém e trevos, sendo algumas em condições para sua utilização no
pastoreio direto. De acordo com o Informativo Conjuntural elaborado pela
Emater/RS-Ascar, com a ocorrência de sucessivas geadas neste início de inverno,
os produtores estão reduzindo a lotação animal, em função da menor oferta de
forragem para os rebanhos. Além disso, em algumas localidades, o excesso de
umidade e a pouca luminosidade do período afetaram o desenvolvimento das
pastagens cultivadas, situação agravada pelo pisoteio dos animais em solo muito
úmido, obrigando a retirada do gado.
O estado sanitário do rebanho bovino
de corte é satisfatório, mas a elevação da umidade favorece a proliferação de
vermes, entre outros parasitas, exigindo seu monitoramento e controle. Estamos
em pleno período de gestação e início da parição de terneiros, fase em que o
rebanho de cria exige cuidados especiais. Em relação à comercialização, o
mercado de animais para abate segue pouco dinâmico e com preços estáveis na
maioria das regiões do Estado.
O rebanho ovino de cria está em plena
fase de gestação e início do período de nascimentos dos cordeiros. Os produtores
realizam as práticas de manejo pré-parto, como limpeza do úbere, em locais de
parição, abrigados dos ventos e das baixas temperaturas. Os rebanhos apresentam
razoáveis condições nutricionais e sanitárias. Há restrição de alimentos para os
animais mantidos exclusivamente em campos nativos, pois essas forrageiras, com
as geadas, sofrem redução de quantidade e qualidade. Devido ao excesso de
umidade, a atenção dos produtores para as condições sanitárias dos rebanhos deve
ser redobrada, especialmente para prevenir e controlar parasitas, verminoses e
manqueira, inibida com a utilização de vermífugos específicos e realizando o
casqueamento e pedilúvio (com solução à base de sulfato de cobre).
A semana de poucas chuvas e
temperaturas médias mais elevadas foi considerada razoável para o
desenvolvimento da apicultura. Os apicultores permanecem alimentando
artificialmente as colmeias, pois existem poucas espécies melíferas na fase de
floração nesta época do ano, como nabo forrageiro, canola e algumas espécies de
eucalipto. Nos municípios com temperaturas mais baixas ou em locais com pouca
insolação, os apicultores estão reduzindo os espaços internos das colmeias para
diminuir o volume de ar a ser aquecido e, como consequência, reduzir a
necessidade de ingestão de mel pelas abelhas. Nesta época de inverno, há boa
oferta de mel no mercado e grande procura pelo produto, comercializado, na
região de Erechim, a preços que variaram entre R$ 7,50 e R$ 10,00/kg na venda
direta ao consumidor e R$ 5,50 e R$ 6,50/kg no atacado.
Trigo – A cultura se encontra praticamente
implantada no Estado, alcançando 97% da área, com o plantio devendo se encerrar
nos próximos dias, assim que o solo retomar a umidade ideal. As áreas ainda a
serem concluídas se localizam na Região Sul e nos Campos de Cima da Serra,
regiões essas que historicamente encerram o período de semeadura no Estado. Nas
demais, o plantio está concluído, com 93% das áreas em germinação e
desenvolvimento vegetativo.
O clima seco e frio nessa fase
inicial da planta beneficiou o desenvolvimento vegetativo do trigo, induzindo a
mesma a um aumento no perfilhamento e a uma menor suscetibilidade a doenças
fúngicas (manchas foliares e ferrugens), além de permitir tratamentos
preventivos e o parcelamento de adubações nitrogenadas, visando à recuperação de
eventuais falhas de germinação/emergência das sementes. Dentro desse cenário,
tanto técnicos quanto produtores têm preferido manter cautela em relação a
possíveis alterações das produtividades das lavouras, aguardando a evolução
natural da cultura para uma melhor avaliação das áreas implantadas.
Citros - Na região da Campanha, os pomares de
citros estão em plena colheita, com produtividade acima da esperada. Já no
Planalto Médio, os frutos para a safra 2015 estão desenvolvendo-se com um
tamanho um pouco menor do que o normal para essa época. As chuvas não
atrapalharam a colheita, que já atinge 60% da produção de laranjas. Já foi
concluída a colheita das bergamotas Satsuma e Caí.
Olericultura
-
Aqueles produtores que têm na olericultura a principal fonte de renda para a
manutenção da sua família e que participam de feiras, estão organizados com
estruturas de túneis plásticos, estufas e irrigação, o que ameniza as perdas
pelas adversidades climáticas. Os pequenos produtores de subsistência estão com
suas hortas domésticas bem estabelecidas para a produção de hortaliças,
garantindo a alimentação da família.
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