segunda-feira, 24 de junho de 2013

DE BRASÍLIA - Por Nilo Dias – Jornalista

Querer é poder
Os moradores do Assentamento Madre Terra, localizado na antiga Fazenda Santa Rita, no distrito de Catuçaba, a 80 quilômetros do centro de São Gabriel, tem agora um motivo muito forte para se orgulharem: a assentada professora Daiane (não sei o sobrenome) foi aprovada o ano passado em concurso público para o Magistério, e agora foi efetivada na Escola Municipal Marechal Hermes, em Santa Margarida do Sul. Ela merece os aplausos de todos, pois está mostrando que querer é sinônimo de poder. 

Ela é oriunda de um local onde a vida não é fácil. Além da distância da cidade, os moradores do assentamento, que chegaram em julho de 2009, enfrentam problemas de toda a ordem como falta de água, luz, estradas, educação, saúde e habitação, só para citar alguns. 
Mas toda essa situação de dificuldades parece que vai ter fim. O prefeito Roque Montagner, em abril deste ano determinou que a linha de ônibus que atende a região de Catuçaba fosse ampliada, resolvendo um problema que durava cerca de quatro anos. 
Com a medida, os alunos oriundos do Madre Terra, que antes caminhavam sete quilômetros para irem a escola, agora tem transporte garantido até a porta da casa. Em breve os assentados serão atendidos pelo prefeito e pelo Incra em outras de suas reivindicações, para que se torne um bom lugar para morar. 
Também vale registrar que o ano passado o assentado Marcelo Rosa, de 20 anos, do Assentamento Conquista do Caiboaté, se formou técnico em Agropecuária – especialização em Agroecologia, pelo Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia –, Campus Sertão (RS) e Instituto Educar.

Protesto fora de hora
Eu acho que tem muito oportunista metido nas manifestações que correm o país. Por exemplo: um grande número de pessoas que hoje saem as ruas, se dizendo contra a realização da Copa do Mundo do ano que vem em nosso país, quando do anúncio que o Brasil seria a sede saíram as ruas para festejar. Lembro bem disso, a televisão mostrou. 
Se realmente eram contra, tinham que ter demonstrado essa insatisfação antes, o que poderia ter evitado a oficialização do Brasil como sede. Se as manifestações de agora tivessem ocorrido naquela
oportunidade, certamente não teríamos sido os escolhidos. 
Outra coisa, o que tem surgido de “revolucionários” neste momento, é coisa espantosa. Muitos que conheço fazem copos e garrafas de armas e se “aquartelam” nos bares. Esses pelo menos não andam destruindo patrimônio público e nem assaltando lojas. Gosto desses “revolucionários”, pois com eles se pode discutir livremente sem medo que a Polícia apareça. 
Eu os conheço, sei quem tem condições de se manifestar: quem não fura fila, quem não ocupa espaços destinados a idosos e deficientes, quem não troca o voto por favores, quem não suborna, enfim quem é honesto e não se acha esperto e passa os outros para trás.
Os que não se enquadram nesse contexto, não tem o direito de reclamar nada, pois são tão corruptos quanto os políticos que eles atacam. Por favor, os “revolucionários” de plantão de São Gabriel, que façam um exame de consciência. (E-mails: nilodt@hotmail.com, nilodias@ibest.com.br e nilogaucho@folha.com.br)

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