sexta-feira, 25 de janeiro de 2013

Opinião: Tiago Battaglin


Estão nos tratando como otários, outra vez

O governo acaba de anunciar uma redução de 20% nas contas de energia elétrica, fruto de acordo com as concessionárias do serviço. Pode parecer uma generosidade com o consumidor, mas, lhes garanto, é a consolidação do desrespeito e o deboche com o cidadão brasileiro. Certamente após a redução de tarifas, as empresas continuarão lucrando com o fornecimento de energia, e a arrecadação de impostos não sofrerá abalo. Por qual motivo então estávamos pagando tão caro por esse serviço até agora, senão apenas para enriquecermos os acionistas das empresas estrangeiras, que exploram a concessão de serviços públicos com a conivência do Estado? Não é preciso ser nenhum gênio para perceber que não apenas as tarifas de energia elétrica, tanto quanto quaisquer outros serviços essenciais poderiam ter seus custos reduzidos em igual proporção sem que houvesse prejuízo para o sistema. Por que não o mesmo desconto para os combustíveis, remédios e a telefonia, onde lideramos o ranking com o
minuto de ligação mais caro do mundo? Obviamente, o Brasil é um país onde quem deveria regulamentar a prestação de serviços públicos e defender o cidadão, não passa de uma mera figura decorativa defendendo o interesse de empresas privadas que continuam a explorar o povo brasileiro, pois monopolizam o mercado e nos deixam sem opção a não ser pagar o que eles bem entendem pelo serviço. O exemplo da Anatel, órgão governamental que deveria fiscalizar os serviços de telecomunicações no Brasil, é um dos piores. Para termos uma visão clara do quanto somos enganados com a aprovação do Estado, recentemente a Anatel firmou medida onde os fornecedores de internet banda larga ficam obrigados a garantir ao cliente apenas 20% da velocidade contratada. Você pode até pagar por uma velocidade de 10 Mb para a sua internet, mas a prestadora só é obrigada a lhe fornecer 2 Mb, ou seja, o governo autoriza as empresas a venderem algo que não são obrigadas a entregar. Fácil notar que vivemos em um país onde a prioridade é assegurar o lucro fácil às grandes empresas, caso contrário, o governo se ocuparia em proteger o consumidor e reduzir os impostos sobre os remédios e alimentos, e não sobre os veículos zero quilômetro.

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