Em setembro deste ano foi realizada na Santa Casa de Caridade de São Gabriel através do Centro Regional de Otorrinolaringologia (CERO) uma cirurgia para correção de um defeito nasal chamado de atresia de coana. A atresia de coana é um defeito nasal congênito no qual a comunicação do fundo do nariz com a faringe permanece fechada após o nascimento, impedindo a passagem do ar respirado pelo lado acometido. Geralmente é unilateral e a direita, ocorrendo em cerca de um para cada 5 a 8 mil nascimentos, principalmente em mulheres (na proporção de 2:1). Em alguns casos pode ser bilateral, resultando em uma situação grave logo após o nascimento. Os casos unilaterais geralmente são diagnosticados na infância, devido a dificuldade na respiração, que nesses casos vai de leve a moderada, e excesso de secreção no lado acometido. Porém, em alguns casos, pode passar despercebida, sendo o diagnóstico realizado somente na adolescência ou na vida adulta.
A paciente operada na Santa Casa de São Gabriel tinha 21 anos, residente na cidade de São Gabriel, com atresia da coana direita, tendo sida submetida durante a infância a diversos tratamentos medicamentosos e cirúrgicos sem sucesso. Consultou no Centro Regional de Otorrinolaringologia com o diagnóstico realizado por endoscopia nasal, exame que realiza uma filmagem de toda a fossa nasal. Então foram realizados exame de tomografia computadorizada dos seios da face e exames pré-operatórios. A cirurgia foi realizada no dia 29 de setembro de 2012 pelos cirurgiões Dr. Élisson Krug Oliveira, do Centro Regional de Otorrino, e Dr. Afonso Ravanello Mariante, cirurgião colaborador do Grupo Hospitalar Conceição de Porto Alegre-RS. A cirurgia ocorreu sem problemas, sendo realizada totalmente por via endoscópica, ou seja, com equipamentos de vídeo-imagem, sem uso de cortes externos na face. O sucesso da cirurgia foi confirmado por consultas pós-operatórias realizadas nos últimos meses e evidenciado também na importante mudança da qualidade de vida da paciente pelo estabelecimento da respiração nasal adequada.
Assim, em crianças que tenham uma história de obstrução nasal importante e que não tenham melhorado com os tratamentos nasais propostos pelos seus médicos, torna-se importante avaliação por um otorrinolaringologista em busca de outras causas para a má-respiração. Alguns testes caseiros podem ser feitos. O primeiro consiste na compressão de uma das narinas e observação se existe a passagem de ar pela outra narina e vice-versa. O segundo é feito com a colocação de um espelho (como os de maquiagem) abaixo das narinas e observação dos círculos formados pelo vapor da expiração (um para cada narina). No caso de formação de apenas um círculo, indica que a narina que não formou pode estar bloqueada. Sintomas como roncos e respiração oral noturna também devem ser procurados. Porém, lembramos que as causas mais comuns de obstrução nasal em crianças são a rinite alérgica e aumento de adenóides (tecido localizado no fundo do nariz).
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