A experiência uruguaia
Estivemos, de terça a quinta-feira desta semana, no Uruguai. A Secretaria da Agricultura, Pecuária e Agronegócio organizou uma missão ao País vizinho para conhecer em maior profundidade a organização das cadeias produtivas da carne bovina e do leite, especialmente da pecuária de corte. Nos acompanharam os deputados Edson Brum, Zilá Breintebach e Aloísio Classmann, todos da Comissão de Agricultura da Assembleia Legislativa, e, ainda, o secretário executivo do Sindicato da Indústria da Carne, Zulmar Moussale, a coordenadora da Câmara Setorial da Carne, Anna Suñe, e o assessor da bancada do PT, Gilmar Pereira.
Mais avançados
Os uruguaios, como podemos verificar em visita a um frigorifico e a uma propriedade rural, bem como nas reuniões que mantivemos com dirigentes e técnicos do Ministério da Ganaderia, Agricultura e Pesca, do Instituto Nacional da Carne (Inac) e do Instituto Nacional do Leite (Inale), estão muito mais avançados do que nós nestes temas. Enquanto discutimos se devemos ou não promover a identificação individual dos
rebanhos, se vamos ou não constituir fundos de apoio ao desenvolvimento das cadeias produtivas ou se devemos ou não criar institutos que operem as politicas gestadas em debates que envolvam o governo, a iniciativa privada e entidades representativas, os nossos parceiros de Mercosul, nos mostram em números, o acerto das decisões que tomaram e vêm implementando há muitos anos. Na carne, por exemplo, eles exportam para 134 países dos quatro continente e se preparam para começar a vender ao Japão, com o que fecharão o circuito dos clientes mundiais que pagam os melhores preços.
Identificar para lucrar mais
A partir de 2002, quando tiveram focos de aftosa, perderam todos os mercados e entraram numa grande crise, os uruguaios deram inicio a uma grande revolução na pecuária de corte. Aprimoraram o sistema de registro que funcionava ha 40 anos, instituindo, a partir de setembro de 2006, a obrigatoriedade do registro individual já no nascimento e criaram as bases para um sistema de rastreabilidade que garante ferramentas de melhor gestão das propriedades, melhora consideravelmente a defesa sanitária e proporciona melhor remuneração pela carne. Um exemplo é que, quando iniciou este procedimento, o quilo vivo valia 88 cents de dólar. Hoje, vale em torno de dois dólares.
Nossas semelhanças
Em conversa com o ministro da Ganaderia, Tabare Aguerre, falamos de nossas semelhanças como tipo de manejo, raças criadas e ambiente de criação. O ministro, a partir de sua experiência, foi enfático ao afirmar que nós do Rio Grande do Sul temos um grande potencial para chegar ao status uruguaio e, a partir de medidas concretas, atingir o grande objetivo que é melhorar a renda do produtor. Podemos, inclusive, nos somar aos uruguaios criando uma parceria que nos potencialize na conquista de novos mercados no cenário mundial da carne. Depende de nos.
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