No mês de março de 2011, visitamos o as sentamento Guajuviras, localizado no interior da cidade de São Gabriel, na localidade de Azevedo Sodré, próximo à divisa com a cidade de Cacequi. Ali vivem em torno de 55 famílias, que ganharam suas terras pela reforma agrária, e hoje colhem os frutos plantados na terra. O acesso se dá pela BR-158, e segue 3 km por estrada de chão até a agro-vila, onde estão situadas as residências dos pequenos agricultores. Apesar da estrada de chão estar em péssimo estado, do baixo preço da saca de arroz de mercado, da não instalação, por parte do INCRA, de um poço artesiano prometido e de somente ter aula na Escola mais próxima três vezes por semana, a felicidade é visível em cada rosto daqueles agricultores. Chegamos lá, durante a colheita do arroz, são 360 hectáres plantados, onde cada família tem um lote nesse total. Conhecemos as plantações de milho, mandioca, batata doce, cana de açúcar, pêssego, abóbora, melancia, melão, hortaliças e outras culturas diversificadas. Existe ainda criação de bovinos, eqüinos e suínos, e também cultivam caixas de abelhas para produção de mel. Boa parte desses produtos é escoada para vendas nas cidades próximas e outras no próprio local. Há quase 15 anos em cima da terra desapropriada, já mantém uma boa estrutura para tirarem da terra o sustento para suas famílias, dentro dos projetos de ajuda do Governo Federal a agricultura, investiram em compras de máquinas e tratores que impulsionaram a produtividade local. Hoje circulam por lá colheitadeiras, tratores novos, maquinários e pequenos caminhões. Segundo os proprietários que residiam em Nonoai, Camaquã e outras cidades antes de ganharem a posse da terra, jamais teriam tudo aquilo se não acreditassem em seus objetivos e suas lutas, iniciados lá atrás. As residências a maioria de alvenaria, com luz elétrica, e nas casas o conforto básico para viverem dignamente no campo, muitas com geladeiras, tvs com antenas parabólicas. Seus moradores utilizam como meio de transportes automóveis, motocicletas, carroças puxadas por cavalos e bicicletas. Dentro dessa área de terra, uma barragem (represa) garante a água na lavoura de uma parte das plantações. Mesmo com as dificuldades inerentes ao setor, podemos constatar que o Assentamento Guajuviras hoje está habitado por agricultores de verdade, de famílias que encontraram naquele local, a terra prometida para viverem as suas vidas em busca de dias melhores. A imagem que fica dessa nossa visita,é ver o brilho nos olhos do agricultor Ederaldo Medeiros, que em cima do graneleiro, de pá na mão faz fluir a colheita da sua lavoura de arroz, sementes de sua conquista.
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