terça-feira, 12 de março de 2013

Porque Vivemos Endividados

Por Marcos Luthero
As dívidas se tornaram uma epidemia nacional: estão em todas as faixas de renda e de idade, não distinguem sexo e nem escolaridade. Uma recente pesquisa do IBGE apontou que 75% da população brasileira não chega ao final do mês com o que ganha, isso é, falta dinheiro e sobra mês. Para esses o contra-cheque virou contra-choque. As pessoas deveriam poupar pelo menos 10% dos seus ganhos para viverem financeiramente seguras, mas a grande maioria gasta mais do que ganha.
O sistema vem imprimindo em nossas mentes desde a infância, através da propaganda e dos filmes infantis, que para sermos felizes e bem-sucedidos precisamos ter, e vai mais além, sugere a todo momento o caminho aparentemente menos penoso para se obter as coisas – que é o de financiar tudo em suaves prestações. Uma criança aos dez anos de idade já conhece e identifica cerca de 300 marcas de produtos.
Os endividados, enquanto invejam ou imitam os outros, dificilmente sairão do atoleiro das dívidas em que se encontram. Já é quase um sinal de pobreza andar a pé ou de transporte coletivo. Toda criatura que se preza tem que ter um carnê de financiamento de um carro, de uma moto ou de uma TV com a tela plana de cinquenta polegadas. Todas as mulheres que vão ter bebê precisam fazer cesariana e antes de completar os cinquenta anos de idade fazer uma plástica, sendo essa última uma “necessidade” que os homens também estão passando a sentir. Os adolescentes, para se sentirem aceitos pela tribo, precisam usar roupas e tênis de marca, ter um Ipod, usar aparelho ortodôntico, ir na Disney ou morar no exterior, nem que seja durante uma temporada, para não serem acometidos por um doloroso sentimento de inferioridade.
Todos podem se sair bem na administração do dinheiro, é questão de aprendizado e disciplina. A regra de ouro para a saúde financeira é muito antiga: “de tudo que se ganha, economizar 10%” e hoje, mais do que nunca, aplicar o dinheiro com inteligência financeira. Há evidências que essa regra já era praticada pelos cidadãos ricos e bem-sucedidos da antiga Babilônia a 2.600 anos atrás.
Segundo a pirâmide de Maslov, assim que uma necessidade é satisfeita aparece outra. Para quem está próximo do abismo, o primeiro passo a ser dado deve ser para trás. O brasileiro médio ganha em torno de seis reais por hora de trabalho, mas gasta isso facilmente por impulso em segundos. Para evitar fazer compras ou assumir dívidas por impulso, pergunte-se antes de comprar:
– Eu quero?
– Eu posso?
– Eu preciso?

Com relação à gestão financeira, pode-se dividir a sociedade em três grupos:
– Os que gastam mais do que ganham. São os que vivem endividados.
– Os que gastam tudo o que ganham. Não têm dinheiro, mas também não têm dívidas.
– Os que gastam menos do que ganham. Fazem parte da minoria que colocam o dinheiro a trabalhar por eles.
Notícias econômicas nos dão conta que 25% da renda dos brasileiros está sendo usada para pagar juros. Em que grupo desses três você quer estar?

Um comentário:

  1. o problema eque o supermercado tem o mesmo valor para os que ganham bem e os que ganham mal,vamos a um exemplo eu ganho 800,00 mes,um vereador ganha 10,000,00 mes,o arroz vai ter o mesmo valor nao e mesmo para os dois,como eu vou cnseguir conomizar 80,oo mes vou passar fome,o grande problema no basil e a desigaldade social,uns ganham muito e muitos ganha pouco,

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