quinta-feira, 18 de outubro de 2012

Vereadores denunciam compra de votos na proporcional

“Alguns candidatos a vereadores conquistaram e trabalharam o seu voto, mas acabaram perdendo para quem ofereceu duas ou três cargas de terra, ranchos ou remédios”


Dois vereadores revoltados com a maneira com que foi realizada a eleição para Câmara Municipal de Vereadores de São Gabriel em 2012, criticaram as atitudes de alguns candidatos que foram eleitos e
pediram providências à Justiça Eleitoral para que não fique  impune a compra e de votos no município. Os vereadores Rômulo Farias (PSB), que não se reelegeu e o vereador Cilon Lisoski (PR) afirmaram em sessão no final da tarde de segunda-feira (15) que houve compra de votos por parte de alguns candidatos a proporcional e enfatizaram que a eleição não foi democrática e que os culpados pelo crime eleitoral devem ser responsabilizados e punidos pela Justiça. Veja o pronunciamento do vereador Rômulo Farias:

"Tem certas coisas que não podem passar impunes, independente de partidos, 
aqueles que venderam e os que compraram votos, sob pena de São Gabriel 
se caracterizar por valores específicos. 
Nas próximas eleições vamos estipular o preço do mandato: cinco cadeiras a R$ 100 mil e o restante entra pelo voto popular”.Farias citou ainda casos de candidatos que conquistaram e trabalharam o seu voto, mas acabaram perdendo para quem ofereceu duas ou três cargas de terra, ranchos ou remédios e afirmou que em todas as casas que tinha a sua propaganda de um candidato que foi eleito havia mil ou 1.500 tijolos.

 "Uma fábrica por trás dele responsável pela compra de votos. A comunidade sabe. 
Todos sabem. Se a Justiça Eleitoral não 
tomar providências a partir desse pleito, 
que feche as portas, não precisamos mais de Justiça Eleitoral em São Gabriel, entregue os diplomas e diga: descambou, para vereadores não nos metemos". 

Rômulo Farias disse que vai cobrar providências da Justiça Eleitoral, da Promotoria e do delegado de Polícia até o dia 31 de dezembro.

“Não existiu democracia”
O vereador Cilon Lisoski foi claro ao afirmar que não existiu democracia nesta eleição para Câmara de Vereadores e falou na consciência democrática que funcionou na eleição para prefeito.

"Temos como exemplo uma máquina que 
trabalhou de manhã, tarde e noite, com a 
estrutura da prefeitura municipal, e mesmo 
assim o povo escolheu o novo. Isso é uma 
vergonha e não é só para o povo de São Gabriel, em outros municípios do Estado tudo 
foi parecido. Votar democraticamente pelo bem da comunidade, pelo seu trabalho, isso 
categoricamente não existiu, ou se 
ocorreu foi para poucos".

Cilon afirmou que a população deve tomar conhecimento de todos os fatos que ocorreram nesta eleição para vereadores em São Gabriel.
"Nos próximos quatro anos vamos ver o que faltou, pessoas que ficaram de fora e que 
poderiam muito bem representar a população, não por um remédio, por um saco de cimento ou por qualquer coisa. Essa eleição foi pautada em cima de alguma coisa em todos os seus 
sentidos. O combustível da democracia é o processo eleitoral. Quando o processo eleitoral é fajuto, e aqui ninguém pode negar, porque todo mundo fez parte dele, não 
adianta reclamar depois".

Em relação à Prefeitura Municipal Lisoski disse que pouca coisa que se faça a favor da cidade já será melhor que o atraso desse governo dos últimos quatro anos. Cilon afirmou ainda que São Gabriel irá demorar muito para se recuperar.

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