segunda-feira, 17 de janeiro de 2011

CDES - Diálogo para o desenvolvimento

Marcelo Danéris*

O Rio Grande do Sul é um Estado marcado por quase dois séculos de disputas políticas polarizadas e uma forte oposição ao governo federal. É também reconhecido nacional e internacionalmente por suas posições políticas, consciência democrática e dinamismo Econômico e Social. Características que nos orgulham e desempenharam importante papel na história do Brasil e na formação da identidade gaúcha expressas nos ideais republicanos contra o império no século 19, na resistência democrática ao regime militar no século 20 e na luta popular contra o neoliberalismo no século 21, representada no Fórum Social Mundial.
Atualmente, o povo gaúcho exige um novo modelo de Desenvolvimento Econômico ambientalmente sustentável com forte caráter Social e distributivo, que tenha como base o amplo diálogo Social. A formulação deste modelo tem como objetivo principal transformar o cenário de polarização política no Estado e de antagonismo com o governo federal, que marcaram a história recente do Rio Grande do Sul, em um novo paradigma de participação democrática e de integração ao projeto nacional. Neste cenário residem os enormes desafios de instalar no Estado o Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social.
Integrado ao Sistema Estadual de Participação, ao lado do OP, dos Coredes e da Consulta Popular, o CDES-RS será um espaço público não estatal, vinculado ao governador, de participação, diálogo e concertação, que não retira nem inibe a capacidade executiva do governo do Estado em relação aos seus programas e ações prioritárias.
O Conselho terá a pluralidade da sociedade gaúcha, em um ambiente de reflexão, reconhecimento de diferenças, mediação e busca de convergências para a constituição de estratégias que combinem crescimento Econômico com equidade Social, alicerçados no fortalecimento da democracia.
Sem perder nossas identidades políticas e ideológicas, o convite para um processo de amplo debate exige a capacidade de assumirmos novos papéis, aproveitando experiências, mas relacionando-as com a sociedade da informação e das novas economias. Exige pensar um Estado indutor, que planeja estrategicamente os setores produtivos e a promoção do conhecimento, combatendo a miséria e a exclusão.
Este desafio não será respondido isoladamente pela vontade absoluta de qualquer partido, classe Social ou conhecimento científico. Deve ser objeto de um processo de debates entre parceiros estratégicos que nem sempre estarão de acordo ou caminharão juntos, mas deverão afirmar sua vocação para construir convergências que apontem um futuro de justiça e fraternidade.


*Secretário executivo do Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social do RS

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