Recentemente, a Comissão de Ética da Câmara dos Deputados foi obrigada a depurar sua composição punindo o deputado federal Sérgio Moraes (PTB/RS), que declarou estar “se lixando” para a opinião pública. O parlamentar, que ao menos falou com clareza aquilo que realmente pensa, pelo visto tem se tornado modelo de atuação para muitos maus políticos no Interior do Estado. É o caso, sem dúvida, do vereador Rômulo Cácio Fontoura Farias(PR), presidente do Poder Legislativo, que ao receber ofícios do jornal Cenário de Notícias indagando os gastos públicos da Câmara com diárias para os vereadores, não somente não encaminhou resposta, como partiu para a agressão contra o jornal. Usando ao máximo de sua prerrogativa de presidente, que lhe permite usar o espaço da tribuna quando bem entender, o parlamentar “republicano” (com atitudes nada republicanas), atacou duramente o jornal Cenário de Notícias, inclusive prometendo cassar o registro profissional do diretor do jornal e jornalista responsável, Cléber Giovane Silveira da Silva.“Este cidadão tem apenas um registro precário, que nem existia o registro precário de professor no tempo em que faltavam professores nas salas de aula”, berrou o vereador, ignorando que, com a anulação da Lei de Imprensa pelo Superior Tribunal Federal, caiu também a exigência de diploma universitário para o exercício da liberdade de expressão, regra herdada da ditadura militar.Visivelmente transtornado, o parlamentar externou toda sua ira contra o jornal Cenário de Notícias, como se o órgão fosse um mal as er extirpado. Tristemente Rômulo proporciona este triste espetáculo justamente no Dia Nacional de Imprensa, transcorrido em primeiro de junho. Sem nem mesmo corar, o mesmo parlamentar que se nega a prestar contas à população sobre o gasto de diárias do Poder Legislativo ocupou longo espaço num programa jornalístico de uma emissora local parabenizando os jornais e rádios pela passagem da data, falando na “importância da liberdade de imprensa”. Claro, desde que não critique o Poder Legislativo.
Até a presente data, o vereador segue sem prestar as devidas informações à opinião pública, sobre como está utilizando um recurso que pertence à toda a comunidade, e que não se constitui em direito possessório de nenhum dos vereadores hoje eleitos.
Uma coisa é a lei de imprensa, outra é a questão do diploma. E esse discurso de que a regulamentação da profissão é herança da ditadura, não é bem assim. É um pensamento simplista. Existem outros argumentos para rechaçar a exigência da especificidade do diploma em jornalismo. Quanto à atitude do vereador, só lamento. Faltou com respeito à comunidade, e não com o jornal ou com o seu diretor. E, outra coisa. Quando o mesmo jornal divulga notícias favoráveis, essas questões não são discutidas. Quando quer procurar um fato que envolve a comunidade, aí tem sua legitimidade questionada.
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