quarta-feira, 27 de fevereiro de 2013

Opinião: Tiago Battaglin


O carnaval da violência não pode se repetir em 2014

Mais uma vez a história se repetiu no carnaval de São Gabriel. Não me refiro ao excelente trabalho das escolas de samba e dos blocos, que nos presentearam com um espetáculo, digno de elogios, e nem do esforço admirável da prefeitura em organizar a maior festa popular da melhor forma possível, apesar dos escassos recursos. Estou falando da turma de bandidos que deixam as suas casas em direção à Praça Fernando Abbott com um único e claro objetivo: brigar. É inconcebível que uma pessoa vá a uma festa armada com um facão e tenha outras intenções senão a de em certo momento cortar ou assassinar alguém. Esses acontecimentos se repetem ano após ano, e tenho certeza que de alguma forma afugentam aqueles que só querem se divertir, mas acabam por não comparecerem aos eventos por medo de serem as próximas vítimas da violência. Não tenho a menor dúvida de que a Brigada Militar atua da melhor forma possível dentro dos limites operacionais de pessoal e recursos, mas está claro
que os brigadianos sozinhos têm dificuldades em prevenirem esses trágicos acontecimentos. É uma briga de gato e rato onde quem está perdendo é o cidadão de bem e sua família. Nessas horas é que se percebe a falta de uma guarda municipal, trabalhando no policiamento preventivo ao lado da Brigada Militar. Ao invés de esperarem o início dos confrontos na praça central, em minha opinião, a guarda municipal poderia promover revistas nas vias de acesso ao evento, como o calçadão, por exemplo, além de abordar indivíduos suspeitos. Outra questão pouco lembrada é a deficiência em iluminação dentro da praça central. Não bastam holofotes na passarela do samba, a iluminação reforçada na praça central com certeza teria ação inibitória à aglomeração de grupos ou pessoas que tentam esconder os rostos na penumbra. Outro fator que colabora enormemente para a continuidade dos delitos é sem dúvida alguma a impunidade. Quais penalidades criminais são realmente aplicadas aos brigões do carnaval? Praticamente nenhuma. Caberia aos blocos e escolas expulsarem membros envolvidos em confusões e à prefeitura cobrar medidas enérgicas da Justiça. Se o estatuto do torcedor proíbe a entrada nos estádios para quem não sabe se comportar, por que não criar o estatuto do folião e aplicar o mesmo princípio no carnaval? Que o próximo carnaval seja da paz.

4 comentários:

  1. Interessante e pertinente a opinião do ilustre colunista, no entanto demonstra desconhecer certos aspectos a serem considerados, como por exemplo a legislação não permitir, para o município de São Gabriel, a criação de uma guarda municipal para atuar com poder de polícia, realizando abordagens, portanto, falar em guarda municipal fazendo revistas é falácia. Ademais de nada adianta cobrar do MP, da PC, da BM ou da Justiça se a legislação em nosso país é branda para esse tipo de infratores, deve-se é rever a legislação. Vale lembrar que estamos no Brasil, não na Inglaterra. A saber: a BM cumpriu o seu dever de manutenção da ordem pública, basta olhar em http://cenariodenoticias.blogspot.com.br/2013/02/operacao-carnaval-2013-da-bm-resulta-em.html

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  2. Prezado Cap. Silveira, realmente esbarramos em um impasse jurídico com relação aos poderes da Guarda Municipal. No entanto, não traço paralelos e nem comparações com a Inglaterra, até porque lá a atuação da polícia é bem diferente e porte de arma branca carrega uma pena mínima de 4 anos em regime FECHADO. Com relação à revistas nas vias de acesso, isso ocorre não muito longe daqui, no maior carnaval de rua do interior do RS, em Jaguari. Para ter acesso ao local, bolsas, mochilas, sacolas e afins são revistados não pela polícia, mas pela organização do evento. Creio que em caso de resistência, a polícia é chamada. Quem já foi lá, sabe como funciona muito bem em evitar o que vimos em São Gabriel no último carnaval. Não custa trocarem experiências com os organizadores de Jaguari e quem sabe melhorarmos a segurança para os próximos eventos.

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    1. O maior carnaval do interior eh em Uruguaiana amigo...

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  3. Antigamente isso á uns 20 anos atrás também tinha brigas no carnaval mas vejam só relatos de brigadianos aposentados da época o policiamento era diferente os indivíduos eram abordados antes de chegarem até o palco ou seja até a praça e já eram feitos desarmes de armas brancas isso é fato sempre foi assim hoje infelizmente é o contrário ficam todos centralizados esperando que algo aconteça mas infelizmente é assim e o pior de tudo que a lei protege o bandido e o menor triste para o publico do bem, que vão com seus filhos para se divertir!!!

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