A discussão vai longe na Câmara de Vereadores do município de São Gabriel quando o assunto é a desapropriação de uma área de terra que pertence à família Assis Brasil, situada na Rua Juca Tigre. O local seria utilizado para construção de um anfiteatro com capacidade para 2 mil pessoas, um museu histórico para resgatar a história de Sepé e dos indígenas Guarani, Mbya-Guarani, Charruas e Caigangues, um
oratório com sete colunas, que representam os Sete Povos das Missões, área comercial para artesanato, tendas e ocas, representando as origens indígenas, estacionamento, biblioteca e sanitários subterrâneos.
O prefeito Roque Montagner acredita estar beneficiando a população gabrielense com um projeto turístico arrojado, que também trará benefícios financeiros ao comércio e hotelaria da cidade. Mas não é o que pensa a oposição na Câmara de vereadores. A vereadora Karen Lannes, na sessão de segunda-feira (08/02) afirmou ter solicitado parecer do IGAM e ter recebido a sugestão de suspensão do decreto, tendo recebido apoio de outros vereadores da bancada de oposição em suas manifestações.
A vereadora foi ainda mais longe, afirmando que o decreto foi imoral e premeditado por ter sido assinado no mesmo dia em que foi decretado moratória e questionou: “se o município não tem dinheiro, como pode assumir uma dívida superior a R$ 7 milhões?”.
O que diz o Governo
O Chefe de Gabinete Luis Pires se manifestou na tarde de ontem dizendo que o Prefeito Roque Montagner não irá rever o Decreto e lamentando o desconhecimento dos vereadores de oposição sobre a questão. Ele disse que "Está havendo um desconhecimento muito grande, senão uma ignorância da parte dos vereadores. Sepé é um herói gaúcho, declarado pelo Governo do Estado em 2005, além de ser herói nacional. A história de São Gabriel não pode ser apagada".
Segundo Pires, o governo municipal estará “realocando valores para podermos pagar a desapropriação de forma justa. E o Prefeito Roque não reverá a decisão, que é respaldada pela maioria da população que o elegeu".
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