O Deputado Federal Ricardo Tripoli (PSDB/SP) apresentou o projeto de lei 2086/2011, que visa proibir a perseguição aos animais e provas de laçada em rodeios e eventos similares, com a previsão de punição aos infratores. Motivada pelo ocorrido na 56º Festa do Peão de Boiadeiro de Barretos, quando então um animal teve de ser sacrificado após ter a coluna vertebral quebrada depois de ser perseguido e derrubado, essa lei se aprovada determinará a extinção das provas de tiro de laço e até mesmo o freio de ouro, tradicionais competições em rodeios gaúchos. É louvável todo o esforço na proteção dos animais, porém talvez por ignorância, o deputado em pauta não perceba a grande diferença entre os rodeios crioulos e os rodeios country. Os rodeios country são uma importação da cultura americana, a começar pelo nome e as vestimentas, com palhaços correndo pela arena enquanto um touro
com os testículos amarrados corcoveia enfurecido. Particularmente, não vejo propósito nem diversão nessa brincadeira. Já o rodeio crioulo, é a representação da nossa própria cultura, reunindo milhares de famílias em torno das tradições e retratando a lida do gaúcho no campo. Como seria possível curar uma vaca brava sem a ajuda do cavalo e do laço? Vale ressaltar que os nossos rodeios cumprem exigências estabelecidas pelos órgãos de defesa do meio-ambiente e animais, inclusive a não utilização de esporas pontiagudas, trazendo um equilíbrio entre o cuidado aos animais e o respeito às tradições. Mas o que mais espanta nessa proposta de lei, além do ataque à cultura gaúcha, é a preocupação do deputado paulista com animais, enquanto milhares de pessoas no estado de São Paulo estão passando fome na rua, consumindo drogas e cometendo delitos. Por que não um projeto de lei que acabe com a Cracolândia? Acredito que temos problemas muito mais graves e urgentes para resolvermos antes que se pense em gastar recursos preciosos com esse tipo de proposta. Mais benéfico seria que o ilustre parlamentar dedicasse seu tempo e poderes para erradicar a fome, a prostituição, os assaltos, o tráfico de drogas e a superlotação de presídios, verdadeiras escolas do crime para o PCC, antes de pretender atacar a cultura gaúcha.
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