segunda-feira, 1 de outubro de 2012

De Brasília - Nilo Dias


O abuso das greves

A Constituição de 1988 garantiu aos funcionários públicos o direito de greve. Até aí, tudo bem. Afinal de contas também são trabalhadores. Mas com uma diferença que deve ser levada em consideração: são pagos com dinheiro público. E existem limites legais para gastos com funcionalismo, nas três esferas de Governo. Pena que esse direito constitucional tenha virado hoje, em alguns casos, uma forma de tentar desestabilizar esses governos.

Greve, que antigamente visava aumento salarial e outras vantagens, hoje faz parte do calendário anual de atividades dos sindicatos e outras associações classistas. E o que se vê, nessa desordem toda, é um prejuízo muito grande para a sociedade.
Nossos filhos ficam sem aulas nas escolas e Universidades; os bancos fecham por dias a fio; as Policiais Civil, Militar e Federal, cruzam os braços e os criminosos tomam conta das nossas cidades; a Justiça para, e junto param questões importantes; os Correios fazem greve e  não recebemos nossas correspondências; os médicos abandonam seus plantões em hospitais. E por aí vai. Isso sem falar nas greves do transporte público, que apesar de fazerem parte da iniciativa privada, causam transtornos de toda a ordem a sociedade.
Eu me orgulho de nunca ter participado de uma greve em toda a minha vida. Sempre que aceitei as condições de trabalho e salário que me ofereceram, soube cumpri-las com responsabilidade e dedicação. E quando não alcancei salários melhores por minha própria competência, tratei de arrumar novo emprego. É assim que deve ser, no meu ponto de vista.
Por tudo isso, acho que já está passando da hora de se aprovar uma nova lei de greve, que não permita os abusos que vemos hoje. O Governo Federal se vê acuado, e por isso não tem condições de atender outros segmentos menos valorizados da sociedade, como os aposentados que ganham acima do salário mínimo, e que todos os anos ficam a ver navios em questões de aumento. Como atendê-los, se categorias que ganham altos salários sempre querem mais? E aí não sobra e não se faz justiça social.

A perda de um grande amigo

Faleceu na última sexta-feira, dia 21, vitima de uma parada respiratória, o conhecido e atuante advogado no Foro de São Gabriel, doutor Charlesmagne Fenianos Neme, com a idade de 82 anos. Ele estava se tratando de um sério problema estomacal e se encontrava internado no Hospital de Caridade Astrogildo de Azevedo, em Santa Maria, onde seria paciente de uma cirurgia. O corpo foi cremado no Crematório Cristo Rei, em São Leopoldo. Deixou a esposa Eva dos Santos, os filhos Leila dos Santos Neme e Walter dos Santos Neme, que é médico, clinicando em Santa Maria e três netos.
Eu era amigo do doutor Charlesmagne, e muitas vezes batemos longos e esclarecedores papos nos bares “A Toca”, do Marciano Bastos e do seu Lima, quando este se encontrava na Tristão Pinto. Quando do lançamento de meu livro “100 anos de futebol em São Gabriel, ele foi o primeiro a chegar na Igreja do Galo e fazer a compra. Perdemos um grande amigo, vai deixar muita saudade. Aos familiares a nossa solidariedade nesse momento de dor, minha e de meus familiares. 

(E-mails:nilodt@hotmail.com e nilodias@ibest.com.br)

Um comentário:

  1. Caro Nilo,
    Sou seu admirador pelo que escreve sempre com imparcialidade. Eu atualmente moro em Brasília-Guará, e natural de S. Gabriel, Vila Três de Outubro.
    Me permite discordar de alguns pontos do seu texto, abuso também é não respeitar o principio constitucional (art. 37, inciso X), que garante a revisão geral anual da remuneração e do subsídio dos servidores públicos, assim como da Lei nr 10.331/2001, que define a data-base para efeito de reajuste anual, sem distinção de índice. Se o Governo Federal, Estadual e Municipal cumprisse esse princípio constitucional, talvez diminuisse as greves, quiçá, nem tivesse.
    Jefer

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