quinta-feira, 20 de outubro de 2011

CITY BAR: CINQUENTA ANOS DE HISTÓRIA

Areportagem do CN visitou esta semana o City Bar, de propriedade de Rui Alves de Oliveira, de 67 anos, localizado na Avenida Francisco Chagas, no seio de São Gabriel. Na ocasião, Oliveira falou um pouco sobre os mais de cinquenta anos de história do seu bar. O nome do bar, segundo ele, veio como sugestão de um cliente vindo da cidade de Bagé. Tudo começou em 1958, quando o referido bar ainda era de madeira, na antiga São Gabriel do tempo da ponte seca, das ruas escuras e poucas pessoas na noite. Ali muito próximo desta ponte com apenas 17 anos Rui já atendia o bar influenciado por seu pai, que também era comerciante e tinha um ‘’buteco de campanha”.
Aos 18 anos, serviu o exército, após, retornando ao bar. Mudou-se por várias vezes fixando-se na Avenida Francisco Chagas, onde pretende continuar.
Rui explica o quanto é gratificante a ele atender aos clientes, que já são amigos de longa data. Segundo ele, guarda muitas recordações dos velhos amigos, alguns já falecidos. No City Bar há muitas histórias e pertences que ainda hoje são guardados como se fossem relíquias inseparáveis, como duas mesas, uma antiga geladeira, um velho liquidificador onde Rui fez muitas batidas aos clientes e uma antiga garrafa de conhaque da safra de 1962, conservada como troféu em meio a muitas outras bebidas, enfeitando uma grande estante.
Rui possui três filhos que, no seu entender, não seguirão seu exemplo e talvez nem conservem seu bar, já que todos trabalham e vivem fora da cidade. O comerciante afirma que jamais abandonará seu comércio, já que viveu toda sua vida atendendo no estabelecimento onde fez muitos amigos.
“Antigamente se tomava somente cachaça e vinho cuba livre, gim com tônica, rum, poucas vezes cervejas. Hoje já é diferente, somente tomam whisky e cerveja, vodka e outras bebidas”, afirmou quando lhe perguntamos o que mudou no gosto de seus consumidores.
Segundo ele, não sentiu muita diferença dos velhos tempos aos atuais, só que antes trabalhava mais, tinha que manter o bar sempre aberto durante o dia e até altas horas da noite, coisa que hoje já não faz com frequência.
Rui comentou que sempre teve sorte com os clientes, jamais teve qualquer problema com a policia ou assaltos. Hoje meus clientes são todos amigos antigos, que sempre estão fazendo festas e confraternizando no bar.
“Meus clientes são mais que clientes, são amigos de muitos anos”, afirmou.
O comerciante conta ainda que dentre as várias brincadeiras que já participou com seus amigos, a mais marcante ocorreu em um grenal, quando a aposta seria que o time perdedor, Grêmio ou Internacional, teria que carregar os ganhadores em uma carroça pelas ruas do bairro.
Assim aconteceu! Como bom colorado, Rui conta que andou de carroça sendo puxado pelos gremistas perdedores naquele dia chuvoso. “É assim, um dia da caça outro do caçador. Assim é o futebol, o grenal do Rio Grande do Sul e suas histórias pitorescas”, finalizou enquanto se divertia ao lembrar da história.

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