segunda-feira, 1 de novembro de 2010

Dilma Rousseff é a primeira mulher a presidir o Brasil


Eleita com mais de 56% dos votos válidos, a candidata petista enfrenta o desafio de ser a primeira mulher a ocupar o cargo máximo da Nação.

Às 20h14 de domingo (31), com 92,23% das urnas totalizadas, Dilma Rousseff (PT) foi declarada vencedora das eleições presidenciais de 2010 pelo Tribunal Superior Eleitoral, com 55,39% dos votos válidos. Com a totalização dde 99,99% das urnas, ela conquistou 55.748.569 votos, o que representa 56,05% dos votos válidos em todo o território nacional. O candidato tucano José Serra reconheceu a vitória da opositora em pronunciamento logo após às 22h30 deste domingo.
Com a eleição Dilma Rousseff torna-se a primeira mulher a exercer o cargo máximo da Nação, e une-se ao time das presidentes eleitas sul-americanas precursoras em seus países: Michelle Bachelet, ex-presidente do Chile, eleita em 2006, e Cristina Kirchner, atual presidente da Argentina, eleita em 2007. (Isabelita Perón, que governou a Argentina de 1974 a 1976, não foi eleita diretamente: como vice-presidente, ela assumiu o cargo após a morte de Perón).

Medalha
Em julho deste ano Dilma Rousseff foi homenageada com a Medalha do Mérito Farroupilha, a mais alta distinção concedida pelo Parlamento gaúcho, proposta pelo deputado Ronaldo Zülke (PT). Na ocasião a ex-ministra lembrou que, ao chegar no Rio Grande do Sul, no início da década de 70, era uma militante recém saída da prisão. “Aqui pude recompor minha vida”, destacou. Dilma, que é natural de Minas Gerais, lembrou sua ligação com o Rio Grande do Sul – “gaúcha é minha filha e gaúcho será meu neto”.

O presidente da Casa, deputado Giovani Cherini (PDT), mencionou a honra do Parlamento em proporcionar a distinção. “A senhora chegou onde poucas pessoas deste país conseguiram. Esta homenagem é por tudo que representa para nosso Estado e nosso País”.

Biografia
Nascida em 14 de dezembro de 1947, na cidade de Belo Horizonte, Dilma Vana Rousseff começa sua militância política em 1964, no grupo Política Operária (Polop), onde conheceu Cláudio Galeno, com quem casou três anos depois. Em 1967 Dilma inicia o curso de Ciências Econômicas na Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) e adere ao Comando de Libertação Nacional (Colina), organização que combatia a ditadura.

No final de 68, após o Ato Institucional nº 5, Dilma e Galeno começam a ser perseguidos pela ditadura, caem na clandestinidade e acabam se separando. No ano seguinte, ela ingressa na VAR-Palmares (fruto da fusão entre Colina e VPR), onde conhece seu futuro marido, o advogado gaúcho Carlos Franklin Paixão de Araújo.

É presa no centro de São Paulo em janeiro de 1970 e torturada nos porões da Operação Bandeirantes (Oban) e do Departamento de Ordem Política e Social (Dops). Condenada pela Justiça Militar a dois anos e um mês de prisão, ela só é libertada após passar quase três anos no presídio Tiradentes, em São Paulo. Em 1973, muda-se para Porto Alegre, onde Carlos Araújo, capturado pela repressão em julho de 1970, cumpre pena de quatro anos.

Militância
Em 1974, Dilma ingressa na Faculdade de Ciências Econômicas da UFRGS (Universidade Federal do Rio Grande do Sul) e, no ano seguinte, começa a trabalhar na FEE (Fundação de Economia e Estatística). Em 1976, nasce sua única filha Paula Rousseff Araújo e, em 1977, conclui o curso de Economia. Engaja-se na campanha pela Anistia, organiza debates no IEPES (Instituto de Estudos Políticos, Econômicos e Sociais) e, junto com Carlos Araújo, ajuda a fundar o PDT do Rio Grande do Sul.

Entre 1980 e 1985, Dilma trabalha na assessoria da bancada estadual do PDT. Em 1986, é nomeada pelo então prefeito Alceu Collares como secretária da Fazenda de Porto Alegre.

No início dos anos 90, Dilma torna-se presidente da Fundação de Economia e Estatística (FEE). Em 1993, assume a Secretaria de Minas, Energia e Comunicação no governo Collares. Em 1998, no governo Olívio Dutra, ocupa outra vez a Secretaria de Minas, Energia e Comunicação. Dois anos depois, filia-se ao PT. Em 2003, é nomeada Ministra das Minas e Energia e, em 2005, substitui José Dirceu na chefia da Casa Civil do Governo Lula.

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