A partir de hoje a coluna "De Brasília" muda de endereço, graças aos amigos Cléber Giovane e Abel Lopes, que me fizeram atencioso convite. Os ares democráticos sopram com muita força neste meu novo endereço, o que me anima a continuar enfocando assuntos da maior relevância, livre de qualquer tipo de censura.
Pena que São Gabriel ainda conviva com algumas coisas que lembram os tempos de chumbo pós 1964, em que a imprensa sofria com a censura militar. Eu lembro que quando trabalhava no jornal "Diário Popular", de Pelotas, era comum o recebimento de bilhetinhos proibindo a divulgação desta ou daquela notícia.
Em São Gabriel não se manda bilhetinhos proibitivos. A tática é outra: quem quiser receber verbas publicitárias da prefeitura tem que ajoelhar e rezar conforme as ordens do "poderoso chefão". Quem não agir assim é carta fora do baralho.
Eu já passei por isso, antes. Quando tinha o jornal "Tribuna do Povo", comi o pão que o diabo amassou. E vi gente da imprensa local influenciando a população com notícias inverídicas, exatamente como ocorre agora. Posso dizer com convicção, que dos últimos administradores municipais, apenas o saudoso amigo e ex-prefeito doutor Eglon Meyer Corrêa não usou desses artifícios.
Que saudade dos prefeitos de antigamente, homens de valor que colocavam os interesses do município acima de vantagens pessoais. Quando voltaremos a ter governantes como o doutor Eglon, doutor Inocêncio, doutor Alfredinho, Sampaio Marques Luz, Ramiro Meneghello, general Gastão e tantos outros que não me vem à memória no momento? Só depende de nós.
Fiquei sabendo do falecimento do amigo Honório Maciel, ocorrido dia 28 de fevereiro. A última vez que vi o Honório foi há uns três ou quatro anos. Ele estava ao lado da irmã, Jane Maciel Cardoso, nas proximidades do Brasil Tênis Clube. Na ocasião se recuperava de um problema de saúde.
O Honório era um empresário do ramo imobiliário, muito querido na cidade. Nos meus vários mandatos como presidente da S.E.R. São Gabriel ele fez parte do Conselho Deliberativo, assistia jogos e participava das promoções em busca de recursos financeiros para manter o clube.
Foi uma perda lamentável para a cidade, que fica cada vez mais órfã de seus valores mais representativos. Desde que saí de São Gabriel, em 1999, perdi a conta de quantos amigos partiram. À família enlutada, os sentimentos do colunista. (E-mails: nilodt @hotmail.com e nilodias @ibest. com.br)
A Rádio Cenário
Em boa hora o amigo Cleber Giovane criou a Rádio Web Cenário, pela Internet. É um veículo de comunicação democrático, que não nega seus microfones a ninguém. Pessoas que raramente são entrevistadas nas rádios da cidade têm espaço na nova emissora. Quem tem computador ligado a Internet pode e deve ouvir a rádio pelo endereço http://www.radiocenario.com.br/
Eu escutei na última sexta-feira, desde Brasília, o programa jornalístico que entrevistou os políticos gabrielenses, Ricardo Bragança e Inocêncio Gonçalves, que fizeram interessantes considerações sobre as eleições municipais deste ano. A Rádio Cenário abre o debate eleitoral em São Gabriel, o que com certeza vai permitir ao eleitorado escolher o melhor para nossa cidade.
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